Por Claudio Milton Cassal de Andrea
Membro da Comissão de Restauro da Catedral

Padre Amarildo Luiz Boari nasceu em Palmito, cidade do Estado de Santa Catarina. Seus pais geraram sete filhos, dois homens e cinco mulheres, mas somente Padre Luiz entregou sua existência ao sacerdócio.

Mais tarde, com a família, mudou-se para a cidade gaúcha de Muçum, região do Alto Taquari que recentemente foi palco de uma grande tragédia.

Todos os seus estudos foram feitos no seminário em Pelotas e foi ordenado padre há 30 anos, exatamente no dia 17 de outubro de 1993, em Muçum.

Passou um ano como padre no seminário, para depois ser pároco da Paróquia Santa Terezinha e por lá ficou durante nove anos.

Em 25 de fevereiro de 2004 D. Jaime convidou-o para ser Cura da Catedral e por sorte de todos nós, paroquianos, aqui ele se encontra até os dias hoje.

Quando de sua chegada, uma Comissão de Obras já estava instalada e dava os seus primeiros passos rumo a restauração de um templo erguido em 1813.

A umidade que brotava dos alicerces era a inimiga número 1, a pauta principal naquele momento e precisava ser eliminada.

Desde a sua chegada como Cura, muitas outras coisas aconteceram para a preservação deste prédio neo-renascentista onde se destacam os vitrais e as monumentais pinturas dos mestres Aldo Locatelli e Emilio Sessa.

A ideia fixa de que o restauro da Catedral era somente as pinturas foi aos poucos dando espaço a outros procedimentos que teriam que ser feitos antes das intervenções nas obras de Locatelli e Sessa.

Um projeto global dividido em fases com as assinaturas de vários arquitetos foi aprovado pelo Ministério da Cultura deste magnífico prédio tombado nas três esferas - municipal, estadual e nacional.

Diz a liturgia que obra de igreja boa é aquela que não tem pressa sem jamais deixar que a chapa esfrie.

Padre Luiz representa o legítimo "termostato" que regula a temperatura da chapa, pois como dizia a célebre Clarice Lispector "chaleira fervendo é que levanta a tampa".

A cripta, a revitalização da praça, o salão São José com os mobiliários, as janelas, as portas, as colunas, as torres sul e norte, a Nave Central e, proximamente, os caminhos da fé com a troca total do assoalho de madeira.

O avanço como gosta tanto de enfatizar a cada reunião, é lento, mas contínuo.

Com apoio de uma Comissão, de empresas através das Leis de Incentivo, como também da comunidade, Padre Luiz é o Mestre da Obra, o comandante que nunca desanimou, pois sua trajetória foi sempre movida pela esperança e pela fé.

Parabéns.